Terroir

Sobre a VINOPAR

A Associação de Viticultores do Paraná – VINOPAR foi fundada em 2017 e conta com a participação de quinze vinícolas distribuídas na Região Metropolitana de Curitiba: Araucária, Don Romani, Família Fardo, Franco Italiano, Legado, Vinhos Vô Vito e Zanlorenzi; no sul e sudoeste do Paraná: Bertoletti, Betiatto e RH; e no norte do Paraná: Crevelim, Guaravera, La Dorni e Paschovino.

Seus objetivos são: fortalecer a produção e comercialização de vinhos, espumantes e derivados da uva; estimular o consumo e a valorização de vinhos nacionais pelo consumidor brasileiro e estrangeiro; consolidar o Paraná como um polo vitivinicultor no cenário nacional e estimular a prática do enoturismo com experiências diversas aos amantes do vinho, da gastronomia e das paisagens rurais do estado.

Regiões Produtoras

O Paraná produz uvas para vinhos em diferentes regiões, com destaque para o sul do estado liderado por Bituruna, seguido pela região do sudeste tropeiro, o sudoeste paranaense,  e mais recentemente, a região metropolitana de Curitiba. A cada ano surgem novos e pequenos projetos de cultivos de uvas viníferas pelo estado. Em território paranaense se pratica a viticultura tradicional de clima temperado e a tropical de altitude.

A Região Metropolitana de Curitiba tem na sua população uma origem étnica diversa, formada em parte por imigrantes europeus chegados na segunda metade do século XIX em diante: italianos, ucranianos, alemães e poloneses entre outros. Com sua cultura e religiosidade, trouxeram consigo a tradição da videira e do vinho. A região, entre os anos 1930 e 1960 foi tomada por parreiras de uvas americanas que compunham a paisagem. Inclusive o brasão municipal de Curitiba contém um ramo de uvas em seu desenho. Nos anos 1970 houve um declínio do cultivo de antigos parreirais devido ao surgimento de pragas e doenças. A retomada ocorreria somente algumas décadas mais tarde, de maneira mais pontual, com uso de novas tecnologias de viticultura, como o uso de porta enxertos resistentes a doenças. De 1998 para cá, os produtores começaram a plantar uvas num microclima considerado desafiador para o cultivo de uvas viníferas. O excesso de umidade e chuva somado aos frequentes dias nublados pode não ser considerado o ideal para viticultura mas tem sido, aos poucos, superado. Ainda, a escolha de trabalhar com uvas de outras regiões paranaenses e de outros estados do sul do Brasil apresenta-se como uma alternativa viável. Apesar dos projetos serem todos novos, os resultados são surpreendentes. Vinhos com qualidade, estilo definido e potencial de guarda.

Bituruna, localizada na região sul do terceiro planalto paranaense, a cerca de 900 metros de altitude, possui uma trajetória quase centenária dedicada a vitivinicultura. Descendentes de italianos, se instalaram no município a partir de 1930 e trouxeram consigo mudas de videiras do sul do Brasil. Atualmente são cerca de 117 hectares de uvas de mesa e finas (IBGE 2018), destinadas ao consumo in natura e à elaboração de vinhos e derivados. Com destaque para a uva aromática Casca Dura, resistente, produtiva e bem adaptada ao solo e clima da região, conferindo vinhos brancos autênticos, frutados e intensos, que atualmente passam pelo processo de reconhecimento de indicação geográfica: Vinhos de Bituruna.

O município celebra desde os anos 1970 sua Festa da Uva e a partir dos anos 2000 criou a Festa do Vinho com o objetivo de celebrar a vitivinicultura como um traço da identidade regional e fomentar a produção e o consumo de uvas, sucos e vinhos. Em 2020 Bituruna recebeu em o título de Capital Paranaense do Vinho, concedido pela assembleia legislativa do estado.